13/08/2009
A rua estava vazia e só era possivel ouvir o barulho do salto dela que caminhava lentamente, o cenário combinava com a tristeza que ela aparentava sentir.
A cidade parecia estar adormecida, assim como seu coração.
De repente uma chuva fina começou a cair, e ela continuava caminhando de cabeça baixa, como se estivesse cantando, talvez estivesse rezando ou somente falando sozinha.
Parecia que nem estava sentindo a chuva toca-la.
Depois de alguns instantes ela tirou um guarda chuva da bolsa e se protegeu dos pingos, começou a caminhar mais rápido agora e com a cabeça erguida.
Muitas pessoas começaram a correr de um lado para o outro, e a rua que estava deserta até então passou a ficar movimentada.
Todos indo e vindo, esbarrando uns nos outros, estavam tentando fugir da chuva que caía com mais força agora, e a combinação com o vento tornava o guarda chuva ineficiente.
Ela apressou mais ainda o passo, com os sapatos e roupas encharcadas tentava chegar mais rapido até o ponto de onibus.
Finalmente chegou, tinha uma fila imensa para entrar, e ela só conseguia pensar em chegar na sua casa, tomar um banho demorado e um café bem quente.
Dentro do onibus, espremida entre os passageiros, em pé, totalmente desconfortavel, ela tentava se equilibrar a cada lombada. Mas não adiantou, de repente uma freiada brusca e ela perdeu o equilibrio, sendo amparada por braços que ela nem sabe de onde vieram, mas foi bom senti-los segurando seu corpo, um reflexo rápido tentando protege-la, ela agradeceu a ajuda ao sujeito e ficou sem jeito pelo seu quase tombo. Com uma voz serena ele tentou um dialogo:
- Você esta bem?
- Sim, acho que sim, obrigada.
- Precisa de ajuda?
- Preciso.
- Quer segurar aqui? Eu tenho um bom equilibrio, posso soltar as duas mãos e você pode se segurar melhor, estará mais segura.
- Não, obrigada, mesmo segurando com as duas mãos continuo sendo desequilibrada.
Ele riu.
- Como posso ajuda-la então?
- Me beija.
- Claro.
Se beijaram, dentro do onibus lotado, com todos os vidros embassados, um beijo longo e suave, contrairam seus corpos um contra o outro, e sentiram calor.
Quando os lábios se soltaram ela apertou a campainha, sorriu e disse:
- Obrigada, mas esse é meu ponto.
Desceu do onibus, ele ficou estático por alguns instantes somente olhando para ela que saiu sem nem olhar para trás.
Eles nunca mais se viram, e ela nunca o esqueceu.
por ♥ Janinha ♥ @ 16:42
3 Comentários
Gorrrrrrrda! Tá na hora de começar a escrever um livro. =P
Que lindo amore....TE ADORO!!!!
@->---
alias quero estar no lancamento do seu livro...rs...
Quero conhecer um ônibus desse tipo. Aqui no ABC normalmente só há xingamentos e assalto dentro dos coletivos. Os ônibus andam lotados não só de pessoas mas de muito de ódio também rsrs. Por isso, ler seu texto me permitiu sonhar...Tank U.
beijo,
Vagner